terça-feira, 31 de agosto de 2010

"O velho e o moço."



Quem me conhece sabe da minha intensidade e verdadeira admiração pelos meus amados ídolos... Tornei-me fã do Los Hermanos não tá com muito tempo mas a profundidade das canções de Marcelo e Amarante me tocam por completo como se fizessem parte da minha vida desde o início da existência da banda!
Eu fui ouvindo tudo e me identificando mais com algumas músicas; fui vendo que a maioria eram composições de Rodrigo Amarante. Resolvi, com todas as dificuldades que as músicas perfeitas de um compositor espetacular, escolher minha favorita!
Prestei atenção nas letras, nas melodias e pá! "O velho e o moço." É ela!!! Eis abaixo uma audácia da minha parte em analisar a letra dessa canção tão maravilhosa que se encaixa tão bem na minha vida!
Amarante meu querido que me desculpe pela cara de pau de mecher com coisa de profissional mas eu vejo sua música assim... Se bem que a possibilidade de ele ver isso é quase zero! Então vamos lá:

"O velho e o moço"- Rodrigo Amarante de Castro Neves. (Só pra vocês saberem que sei o nome dele todo e que é tão lindo quanto ele! Risos... Tá bom, parei!)


Deixo tudo assim/ Não me importo em ver a idade em mim= ele sabe que envelhecer é inerente ao ser humano. Não se importa com a aparência que isso lhe trás.

Ouço o que convém/ Eu gosto é do gasto= ouve o que será bem aproveitado e adora o gasto, a sabedoria que o gastar lhe trouxe com o passar dos anos. Gastar significa nesse caso adquirir experiência. (Trata-se do velho, a parte que fala que ele só ouve o que convém pode ser também ligada ao fato de as pessoas velhas terem dificuldade de audição).

Sei do incômodo e ela tem razão/ Quando vem dizer, que eu preciso sim/ De todo o cuidado= a teimosia do idoso em achar que nunca precisa de cuidados, mas no fundo admite que sim! "Ela" tem razão em cuidar dele, porque ele é frágil, necessita de cuidados especiais.



E se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz quem então agora eu seria?- levando em conta a possibilidade de voltar no tempo e mudar tudo que fez, seguir outros rumos, indaga quem ele seria se tivesse feito outras escolhas.

Ah tanto faz.../ E o que não foi não é= sabe o quanto improvável é voltar no tempo, e sabe mais ainda que suposições não mudam situações.

Eu sei que ainda vou voltar/ Mas eu quem será?= acredita que voltará a viver de alguma forma e se pergunta como voltará, quem irá ser na próxima oportunidade de viver nesse mundo... Ou em outro! De viver, enfim.

(Até aqui falou do velho, daqui por diante vai falar o moço).

Deixo tudo assim/ Não em acanho em ver vaidade em mim= sabe que tem vaidade, que ela veio mesmo com os anos que passaram. Não sente vergonha disso. (Hoje li um blog foda- http://decifrandoloshermanos.blogspot.com/ - que fala dessa parte do VAIDADE fazendo conotação com Vai Idade! Não tinha visto por esse ângulo ainda...)

Eu digo o condiz/ Eu gosto é do estrago= fala o que acontece, tal e qual realmente foi. Precisa extravassar, adora os excessos. (P.S= SOU EU! RSRS)(Diz o que condiz, bem típico do jovem, falar o que quer, acha sua verdade absoluta).

Sei do escândalo/ E eles têm razão quando vem dizer/ Que eu não sei medir nem tempo nem medo= acredita que suas convicções causam espanto e tem plena certeza de sua coragem, da ausência de noção de tempo. Vive hoje, amanhã não sabe o que será.

E se eu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dá errado?= se indaga de como seria uma vida sem erros... Isso é mesmo coisa de jovem!

Ah, ora se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim?= sabe que é o senhor de sua vida, o único capaz de escolher o que será melhor pra si e que ninguém além dele saberá tomar decisões mais apropriadas para seu bem estar. (Atitude tipicamente jovem, achar que só ele sabe dá rumo a sua vida e que não precisa aceitar opinião de ninguém).

Dispenso a previsão= o futuro será sempre uma icógnita. (O jovem sempre acha que sabe tudo, que é o único dono de sua vida, não quer ouvir conselhos).

Ah, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser/ Aceito a condição= formou-se a partir do momento que fez suas escolhas, gosta do resultado e aceita as regras do jogo da vida. (O jovem não gosta que queiram decidir a vida dele por ele, ele faz isso sozinho).

Vou levando assim/ Que o acaso é amigo do meu coração/ Quando fala comigo/ Quando eu sei ouvir... = leva a vida sabendo de suas "sortes", que o acaso "fala" com ele, que quando ele o escuta, com os ouvidos do coração, a felicidade adentra sua casa.



Bem amigos, é assim, mais ou menos assim, que enxergo essa canção e que a levo em mim como a favorita, a melhor de todas, a lição de vida que tomei pra mim!
A escuto todos os dias, quase sempre faço ela ser a primeira e a última de cada dia pra começar e terminar bem minha missão diária.
Assim como oro ao acordar e ao deitar, escuto "O velho e o moço" e faço dela também, porque não dizer, uma forma de orar, de agradecer a Deus pela vida. A minha, a dos meus familiares, dos meus amigos, de todos que me rodeiam e também do Amarante! Pra que ele continue com esse dom de escrever belas canções pra viver muitos e muitos anos tocando na trilha sonora da minha vida...


P.S: isso é uma interpretação MINHA! Não quer dizer que está correta, quer dizer apenas que é a forma como eu vejo a música tá?! Não sou especialista em Los Hermanos, nem em Rodrigo, apenas amo a canção e a entendo assim... Beijos!

2 comentários:

  1. Imagina uma coisa dessas sair da cabeça dos pseudo-cantores da atualidade? Imagina Restart escrever "sei que um dia a rosa da amargura fenecerá em razão de um sorriso seu". Imagina?
    Amarante é inugualável! álias, LH!

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  2. Ci, nao vou poder ler o post agora, passei so pra dizer que o blog ta muito lindo! A Fe que fez? Se for, parabens pra ela! ps: nao tem acento aui nesse teclado hahaha Saudades!

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