sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A carona.



Ele conseguiu com aquele primeiro contato me deixar abobalhada! Foi uma aula espetacular, ele era muito inteligente, envolvente, nem tem como sair de uma aula de Pedro sem já querer a próxima.
Ele me oferece uma carona sem ao menos perguntar pra onde estou indo. Estou envolvida demais por ele para conseguir dizer não. Aceito! Vamos até o carro, o cara abre a porta pra mim. Tá, não precisava disso, podia ter sido estúpido, me empurrado pra dentro do carro e tirado minha roupa ali mesmo. Meu pensamento foi interrompido por uma pergunta “Você não vai entrar garota?” Ah sim, entrar no carro, vou sim!
Vamos no caminho conversando sobre a próxima aula, ele me dá um texto pra eu ficar sabendo do que ele vai falar. Isso de monitora tá mesmo sendo levado a sério, não que eu não esteja gostando... Quem sabe umas conversas entre professor-aluna no meio de uma noite de sexta pra tirar dúvidas não role né? Enfim... Chego ao trabalho, levada por aquele homem, que quer descer, quer conhecer meu canto! Certo, eu deixo. Abro a porta do cantinho que me consome a tarde e parte da noite, tem umas coisinhas das minhas pesquisas, muitos escritos inacabados em cima da mesa, uns restos de bebida ao lado do computador e uma coca cola dentro da geladeira.
Ele é curioso! Quer saber sobre o que especificamente eu pesquiso. E eu lá sei responder isso! Eu pesquiso o ser humano, eu estudo filosofia, artes, sociologia, psicologia, eu adoro saber a história da humanidade! E amo me comunicar com as pessoas através daquele computador.
Ele confessa não ser amante da tecnologia! E diz que não sabe como posso ser tão extrema. Amar a filosofia e ao mesmo tempo ser tão enfeitiçada pela tecnologia. Explico pra ele “Pedro, o extremo me ama! E eu o amo ainda mais. Com todas as minhas forças!” Ah e como isso é verdade...
Aquele espaço me permite conversar com pessoas do mundo inteiro, pôr em prática meus estudos, trocar idéias, experiências, enfim é meu paraíso! E ainda ganho com isso. O que mais posso querer?
Ele tem curiosidade de saber como a coisa funciona. Ok vou explicar. Tenho o blog, nele posto algumas coisas, mas nada é definitivo! O espaço fica lá aberto pro próximo continuar. E assim vai... São posts inacabados sempre. Mesmo que se mude de assunto o anterior está sempre lá à disposição.
Pedro entende claro é inteligente! Mas não entende como aquilo pode dá grana. Explico sobre as propagandas que estão em volta do blog inteiro, digo que a gente recebe grana pra colocá-las ali que a partir do momento que nos solicitam a postagem dos links, aquilo se torna uma propaganda e a propaganda é paga. Como a gente já tá a um certo tempo no ar e temos um número considerável de leitores, os contratos com nossos clientes são semestraus e a gente tem vários. “Graças a Deus as coisas são prósperas!” digo pra ele. Ele se espanta novamente “Sua fé! É notável... E ainda mais estranho! Uma estudiosa, futura Socióloga, temente a Deus! Isso é no mínimo raro!”
Eu dou uma longa e gostosa gargalhada! E como ele tem razão. É mesmo raro! Porém nada que aconteceu na minha vida me fez perder minha fé em Deus, muito pelo contrário, ela só aumentou...
Pedi muito a Ele pra iluminar minha vida nos momentos de dificuldade e Ele assim fez. Deu-me tudo, no tempo certo! Até paciência Ele me deu o que dirá todo o resto! Pedro é só sorrisos, e sorrisos irônicos, dignos de um ateu convicto! Só que como tudo nele é mistério, ele confessa que não é ateu. Acredita numa força maior só não a chama de Deus. Tem dias que chama de luz, de paz, de felicidade. Não a define com um nome. Fico boba com aquela definição do que Deus é realmente. Falo pra ele “Ah você pode ter certeza que Deus está dando uma gargalhada extremamente gostosa nesse momento te ouvindo falar isso! Ele está feliz por você vê-lo exatamente como Ele é!” Pedro sorri bonito, mais que antes e diz “Como você diz isso com tanta certeza?” Respondo que minha relação com o Pai é intensa, eu O sinto sempre e pra ele não duvidar de mim que o lance é sério! Risos. Depois disso tudo, nos damos conta que o tempo não passou, voou. E combinamos de nos vermos no dia seguinte. “Um almoço?” ele pergunta. Dou duas respostas, uma pra mim “Só se meu prato principal for você!” e outra pra ele “Claro que sim!” Trocamos telefone e ele se vai.
Sabe aquela típica cena de filme, que quando o carinha saí a mulher fica bobinha, dando pulinhos, fazendo “Yes, Yes, Yes!” com as mãos em forma de gesto de vitória? Então, exatamente isso!
Concentro no trabalho. E ele foi extremamente proveitoso naquela tarde! Chego em casa cansada demais mas nada que não me deixe sentar na mesa da casa da vó e assistir aquele episódio repetido do Chaves ao lado do meu avô. A risada mais gosta do dia dou ali ao lado dele!
Vou dormir feliz e tenho certeza absoluta que aquele homem não apareceu por acaso... Quando estou quase cochilando, uma mensagem no celular. Putz, Pedro “Tive belos motivos pra sorrir hoje! E conhecê-la foi o maior deles. Tenha uma boa noite e não esqueça nosso almoço, você escolhe o cardápio! Beijos, Pedro.” Ah que covardia. Assim não vale! Jogo baixo... Como assim eu escolho o cardápio?! Tá vamos lá, concentrando na resposta “Olá Pedro. Todos os meus sorrisos hoje foram também muito motivados. A maioria deles por você! Tenha também uma linda noite e já escolhi o cardápio... Amanhã falo pessoalmente. Beijos, Cínthia.”
Essa foi a resposta formal mas a que minha mente pervertida imaginou foi “Eu só estava esperando uma manifestação sua pra poder te escrever pra não parecer tão vulgar eu mesma tomar a iniciativa de te mandar algo! Claro que você hoje me fez sorrir, e muito! E aguçou minha mente como a tempos não acontecia. Vamos almoçar amanhã e te escolhi como cardápio. Meio dia espero você! Beijos, Cínthia.”
Quem sabe na próxima eu dou essa resposta não é mesmo?!








Continua... Rararara estou começando a gostar disso mais do que imaginei...

Nenhum comentário:

Postar um comentário